quinta-feira, janeiro 15, 2015

Testing 'more effective' than badger cull
15 January 2015 Last updated at 10:24 GMT
By Helen BriggsEnvironment correspondent, BBC News                        http://www.bbc.com/news/science-environment-30820579

Stepping up cattle testing would be far more effective in controlling bovine TB than shooting badgers, according to computer modelling.
In a region the size of a typical county, culling badgers would save 12 cows from TB, but more frequent testing would save 193, research suggests.
Factors such as bigger herds and keeping cattle inside for winter could explain the rise in TB in recent decades, say UK scientists.
The NFU said the study did not reflect the experience of most farmers.
Badgers are being culled in England as a policy to control the spread of bovine TB.
Wales has focussed on cattle measures, while Scotland is free of the disease.
The first large-scale computer modelling of TB in cattle and badgers suggests that badger culling, cattle testing and cattle movement controls all play a role in controlling the spread of bovine TB, but cattle measures have the biggest effect.
"Of the available bovine tuberculosis control strategies we believe that how frequently cattle are tested and whether or not farms utilise winter housing have the most significant effect on the number of infected cattle," said Matthew Evans, Professor of Ecology at Queen Mary University of London.
"Our modelling provides compelling evidence, for those charged with controlling bovine TB, that investment in increasing the frequency of cattle testing is a far more effective strategy than badger culling."
Farming measures
The research, published in Stochastic Environmental Research and Risk Assessment, found that housing cattle in large sheds over winter could potentially double the number of infected animals, by creating conditions where TB can spread.
In a region containing about 1.5m cows of which 3,000 to 15,000 might have TB, badger culling could account for a reduction of 12 in the number of infected cattle, according to the modelling. Reducing the testing interval by one month could reduce the number of those infected by 193.
The National Farmers Union (NFU) said this was a computer generated model, which was entirely dependent on the data used.
"Its conclusions fly in the face of the experiences of most farmers who say that the biggest risk to their cattle isn't being housed in winter but when they are turned out into the fields in the spring," said a spokesperson.
"Cattle in high risk TB areas are tested at least annually and herds placed under restriction have to pass two consecutive TB tests 60 days apart. Testing any more frequently than that would simply not be practical."
A spokesperson for the Department of Environment, Food and Rural Affairs added: "It's clear that there is no single measure that will on its own achieve control of TB.
"That is why we are pursuing a comprehensive strategy to tackle bovine TB, which includes regular cattle testing, tighter cattle movement controls, vaccinations and culling in areas where the disease is widespread. "
Dominic Dyer, of the Badger Trust and Care for the Wild, said: "The role badgers play in spreading this disease has been massively exaggerated, and the impact of culling them has been completely misunderstood."


Testando “mais eficaz” do que o texugo de abate
15 de Janeiro 2015 Última actualização em 10:24 GMT
Helen Briggs CORRESPONDENTE Ambiente, BBC News
Intensificação testes gado seria muito mais eficaz no controle de tuberculose bovina de texugos de disparo, de acordo com a modelagem computacional.
Em uma região do tamanho de um município típico, texugos abate pouparia 12 vacas da TB, mas testes mais freqüentes pouparia 193, a pesquisa sugere.
Fatores como rebanhos maiores e manter o gado no interior para o inverno poderia explicar o aumento da TB nas últimas décadas, dizem pesquisadores britânicos.
O NFU disse que o estudo não refletem a experiência da maioria dos agricultores.
Texugos estão sendo abatidos na Inglaterra como uma política para controlar a propagação da tuberculose bovina.
Wales concentrou-se em medidas de gado, enquanto a Scotland está livre da doença.
A primeira modelagem computacional em grande escala de tuberculose no gado e texugos sugere que texugo abate, teste e gado gado movimento controla todos desempenham um papel no controle da propagação da tuberculose bovina, mas as medidas de gado tem o maior efeito.
"Das estratégias de controle da tuberculose bovina disponíveis acreditamos que a freqüência com que os bovinos são testados e se fazendas utilizam habitação Inverno têm efeito mais significativo sobre o número de bovinos infectados," disse Matthew Evans, Professor da Ecologia no Queen Mary da Universidade de Londres .
"Nosso modelo fornece evidências convincentes, para aqueles acusados ​​de controle da tuberculose bovina, que o investimento no aumento da frequência dos testes de gado é uma estratégia muito mais eficaz do que o texugo de abate."
Medidas de Agricultura
A pesquisa, publicada na Stochastic Pesquisa Ambiental e Avaliação de Riscos , descobriu que o gado habitacionais em grandes galpões durante o inverno pode potencialmente dobrar o número de animais infectados, através da criação de condições onde a tuberculose pode se espalhar.
Em uma região que contém cerca de 1,5 m de vacas que 3000 a 15000 pode ter tuberculose, texugo abate poderia ser responsável por uma redução de 12 do número de gado infectadas, de acordo com a modelagem. A redução do intervalo de teste de um mês pode reduzir o número de pessoas infectadas por 193.
The Farmers Union Nacional (NFU) disse que isso era um modelo gerado por computador, que era totalmente dependente dos dados utilizados.
"As suas conclusões voar em face das experiências da maioria dos agricultores que dizem que o maior risco para o seu gado não está sendo alojados no inverno, mas quando eles são virados para os campos na primavera", disse um porta-voz.
"O gado em áreas de alto risco de TB são testados pelo menos anualmente e rebanhos sujeitas a restrições têm de passar dois TB consecutivo testa 60 dias de intervalo. Testing mais freqüência do que isso simplesmente não seria prático."
Um porta-voz do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais, acrescentou: "É claro que não há nenhuma medida única que, por sua própria alcançar o controle da TB.
"É por isso que estamos a seguir uma estratégia abrangente para combater a tuberculose bovina, que inclui testes regulares de gado, o gado mais rigorosos controles de movimento, vacinação e abate em áreas onde a doença é generalizada."

Dominic Dyer, da Badger Trust and Care for the Wild, disse: "O papel texugos desempenhar na difusão desta doença tem sido maciçamente exagerado, e do impacto das abate deles foi completamente mal compreendido.

quarta-feira, dezembro 03, 2014

Americano registra momento em que é engolido por sucuri.   

02 de dezembro de 2014 - 12h20                                                       Ele afirmou que preza mais pela vida da cobra do que pela dele.          http://noticias.terra.com.br/ciencia/animais/americano-registra-momento-em-que-e-engolido-por-sucuri,c8b9e4aed5b0a410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html                                                Um naturalista americano participou de um documentário da Discovery Channel, em que ele foi engolido por uma sucuri e gravou o que acontece dentro dela. Logo em seguida, foi resgatado. Ele afirmou que preza mais pela vida da cobra do que pela dele. As informações são do Daily Mail. Segundo a publicação, Rosolie vestiu uma roupa especial para que a cobra de cerca de 7,6 metros conseguisse engoli-lo. Ele estava equipado também com uma reserva de oxigênio, equipamentos de segurança e diversas câmeras.  Ativistas dos direitos dos animais, no entanto, reclamaram que a experiência poderia causar danos físicos à cobra. Afinal, o naturalista mede o dobro do tamanho de uma presa comum da sucuri.  Rosolie disse que preza pela saúde do animal. "Por mim, não estava com medo. Testamos a roupa e eu sabia que estava indo para um lugar seguro", disse. "É estranho os ativistas ficarem contra mim, que sempre fui uma pessoa preocupada com os animais. Quis fazer algo chocante para chamar a atenção de todos sobre essa espécie de cobra, mostrar como são e como vivem", concluiu.

Nos EUA, o documentário vai ao ar no Discovery Channel no próximo domingo.  


quinta-feira, novembro 27, 2014

Amazônia: dados oficiais mostram que desmatamento caiu.
Meio ambiente 26/11/2014 - 22:18

Mapeamento entre agosto de 2013 e julho de 2014 aponta queda de 18%, diz um dos sistemas do Inpe. Mas nos meses seguintes outros sistemas indicam aumento de até 467% em outubro na comparação com o mesmo mês em 2013                                        
                                 Floresta amazônica, em Santa Rosa do Purus (Folhapress)
O desmatamento caiu 18% na Amazônia Legal entre agosto de 2013 e julho de 2014 na comparação com o mesmo período no ano anterior, apontam dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O resultado do mapeamento de 2014 apresentou taxa de 4.848 quilômetros quadrados desmatados, comparados a 5.891 quilômetros quadrados do período anterior.
Os números são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema do Inpe que computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o chamado corte raso. A taxa de desmatamento, segundo o governo, foi obtida após o mapeamento de 89 imagens de satélite.
Os dados do Prodes contradizem a estimativa divulgada em setembro pelo Inpe de que o desmatamento havia crescido 9,8% na Amazônia no mesmo período, entre agosto de 2013 e julho de 2014. Essa informação, porém, veio do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), também utilizado pelo Inpe, mas com uma função diferente do Prodes por ser menos preciso em suas medições.
Leia mais:

"O Deter tem uma resolução espacial muito mais grosseira, não mede o total de área desmatada, apenas dá um alerta. Por isso seus resultados saem antes, ele exige menor capacidade de processamento", explica Marco Lentini, engenheiro florestal e coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil. Os dados do Prodes são considerados os oficiais neste assunto, enquanto o Deter ajuda a tomar decisões rápidas de controle de desmatamento. 
Este último sistema também costuma apontar tendências. E se considerados os dados dos meses imediatamente seguintes ao período computado pelo governo, as perspectivas não são otimistas. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o Deter aponta aumento de 122% no desmatamento na Amazônia no intervalo entre agosto e setembro deste ano, comparado com o mesmo período do ano passado. 
Dados do sistema independente do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) também confirmam a expectativa ruim. Comparando os meses de setembro e outubro deste ano com os mesmos meses de 2013, os resultados encontrados são alarmantes: o desmatamento cresceu 290% e 467%, respectivamente. "A tendência para o ano que vem vai começar a ser analisada agora, mas parece haver um aumento grande de 2014 em relação a 2013", diz o engenheiro Marco Lentini.
Regeneração  — O Inpe divulgou também que mais de 172.000 quilômetros quadrados de área desmatada na Amazônia Legal estão em processo de regeneração. Os dados fazem parte do TerraClass 2012, levantamento feito pelo Instituto e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para o TerraClass 2012 foram mapeados 751 quilômetros quadrados, o total de desmatamento monitorado desde 1988, o que representa 18,5% da área da Amazônia.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ressaltou que, desse total, 113.000 quilômetros quadrados se mantiveram em regeneração no período de 2008 a 2012. “Isso significa que temos mais floresta em regeneração do que está sendo retirado”, disse ela, explicando que no mesmo período foram desmatados cerca de 44,2 mil quilômetros quadrados na Amazônia Legal, segundo dados do Prodes.
A avaliação divulgada nesta quarta pelo Inpe representa a segunda menor taxa de desmatamento na Amazônia desde que o instituto começou a fazer a medição, em 1988, com o Prodes. A menor taxa foi registrada em 2012, quando foram desmatados 4.571 quilômetros quadrados. Os estados que mais desmataram no último período foram o Pará, com 1.829 quilômetros quadrados; o Mato Grosso, 1.048 quilômetros quadrados; e Rondônia, com 668 quilômetros quadrados. Entre 2013 e 2014, o Acre desmatou 312 quilômetros quadrados; Amazonas, 464 quilômetros quadrados; Maranhão, 246 quilômetros quadrados; Roraima, 233 quilômetros quadrados; e Tocantins, 48 quilômetros quadrados.

quarta-feira, novembro 19, 2014

Fósseis de “lagarto papagaio” são encontrados na Sibéria
http://br.rbth.com/ciencia/2014/11/17/fosseis_de_lagarto_papagaio_sao_encontrados_na_siberia_28291.html
17/11/2014 TASS

Fragmentos de esqueleto de dinossauro superam em tamanho descobertas anteriores na Mongólia. Se os fósseis pertencerem a um animal adulto, novas descobertas permitirão identificar padrões de comportamento da espécie.
Dinossauros da família Psitacossauro viveram na Ásia há 100-130 milhões de anos Foto: wikipedia.org

Fragmentos do esqueleto do maior Psittacosaurus sibiricus já encontrado no mundo, também conhecido como lagarto papagaio, foram desenterrados perto da aldeia de Chestakovo, na Sibéria Ocidental.
“Acredita-se que o Psittacosaurus sibiricus seja quase duas vezes maior que o Psittacosaurus gobiensis encontrado na Mongólia”, disse Konstantin Tarassenko, do Instituto Paleontológico da Academia de Ciências da Rússia.
“Agora que temos fragmentos do crânio e uma vértebra, pensamos que esse dinossauro adulto era uma vez e meia maior que os encontrados anteriormente na região. Ele provavelmente chegava a três metros”, acrescentou o cientista.
Se os fósseis pertencerem a um dinossauro adulto, as novas descobertas permitirão identificar alterações no esqueleto do psitacossauro à medida que o animal envelhecia. “Além disso, os achados aumentariam o conhecimento sobre seus padrões de comportamento. Por exemplo, conseguiríamos reconstruir seu modo de andar.”
Os cientistas planejam explorar mais um monólito de solo para descobrir novos achados paleontológicos. “Esses fósseis pertencem supostamente a psitacossauros, mas não se exclui a possibilidade de encontrar outra espécie ainda desconhecida.”
A grande quantidade de ossos fossilizados no mesmo lugar podem indicar, segundo Tarassenko, que essas criaturas morreram instantaneamente em um desastre natural.
Os dinossauros da família Psitacossauro viveram na Ásia há 100-130 milhões de anos. Eram aproximadamente do tamanho de uma gazela e normalmente caminhavam sobre duas pernas. Tinham focinho curto com um poderoso “bico” em seu maxilar, o que os tornava parecidos com um papagaio gigante.

Publicado originalmente pela agência Tass

terça-feira, novembro 04, 2014

A agricultura familiar e a culinária gourmet
Evento A conexão essencial: o produtor familiar e a cozinha reúne cerca de 90 chefs do Brasil em São Paulo

POR SÉRGIO DE OLIVEIRA- 03 de Novembro de 2014.
Horta orgânica (Foto: Manoel Marques/Arquivo Globo Rural)
http://revistagloborural.globo.com/Colunas/sergio-de-oliveira/noticia/2014/11/agricultura-familiar-e-culinaria-gourmet.html
Na sequência da reunião de chefs globais com pequenos agricultores que aconteceu no domingo em São Paulo (veja a coluna de Bruno Blecher), teve início neste dia 3 e vai até o dia 5 de novembro em São Paulo a Semana Mesa 2014, considerado o maior encontro de enogastronomia do país. O mote deste ano é A conexão essencial: o produtor familiar e a cozinha. Cerca de 90 chefs de cozinha do Brasil devem participar.
Os alimentos produzidos por agricultores familiares, além de abastecer a mesa dos brasileiros, também têm sido a escolha de chefs de grandes restaurantes no país. “Quando um chef de renome passa a incluir na elaboração dos pratos itens da agricultura familiar, ele reconhece a qualidade desses produtos, o diferencial da produção artesanal. Isso valoriza o trabalho do agricultor familiar”, avalia o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor, da Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), Onaur Ruano. Segundo ele, a crescente utilização de produtos da agricultura familiar em restaurantes famosos demonstra “a qualidade dos produtos e o correto cumprimento de todas as normas que garantem a segurança sanitária.”
Para o chef gaúcho Carlos Kristensen, utilizar produtos da agricultura familiar é uma tendência que veio para ficar. “A gastronomia está vivendo um momento que nunca tivemos antes. Mudamos o paradigma de que o importado é melhor. Hoje, colocamos o produto local em primeiro plano. E aí a aproximação com os agricultores é fundamental para termos um produto orgânico, artesanal e de alta qualidade”, comenta o chef, ao pontuar sobre o acesso a produtos locais. “Como cozinheiro, posso fazer uma conexão, uma rede, unindo quem produz, quem prepara e quem consome. Todo mundo sai ganhando”, conclui, ao destacar que a riqueza do Brasil passa também por sua culinária e pela valorização dos produtos e receitas locais.

Serviço
Semana Mesa SP “A conexão essencial: o produtor familiar e a cozinha”
Data: 03 a 05 de novembro (segunda a quarta-feira)
Hora: 15h às 22h
Local: Centro de Convenções do Centro Universitário Senac – Campus Santo Amaro - Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Santo Amaro – SP

terça-feira, outubro 14, 2014

                      Cheia no Pantanal    
                                        Um fenômeno natural, até quando?
                                        Postado em 09 de Outubro de 2014.
Muito antes dos pesquisadores anunciarem a cheia extraordinária deste ano, ribeirinhos do Pantanal já sofriam com seu impacto.
Muito antes dos pesquisadores anunciarem a cheia extraordinária deste ano, ribeirinhos do Pantanal já sofriam com seu impacto, pois em algumas regiões a inundação dos rios foi maior que a de 2011, ano em que os prejuízos socioeconômicos para a população pantaneira e fazendeiros foram significativos.
Em Cáceres, no Mato Grosso, as águas alcançaram níveis superiores ao dos últimos três anos, assim como na confluência dos rios Paraguai e São Lourenço, no Mato Grosso do Sul, onde em maio, foi registrada a marca de 6,30 metros, sete centímetros a mais que o pico da última grande cheia na região, que foi de 6,23.
Através da análise de dados sobre a situação dos rios nas cabeceiras, das chuvas que caiam na região norte do Pantanal e também das situações relatadas por moradores das comunidades que vivem na região, técnicos da ONG Ecoa já previam que ocorreria uma inundação anormal.
A partir deste diagnóstico, em fevereiro foi iniciado um trabalho preventivo junto das comunidades, com o objetivo de minimizar os efeitos de uma cheia atípica. Porém, não foi suficiente para a proteção dos grupos de maneira integral, pois os sistemas de alertas para estes eventos climáticos extremos ainda são insuficientes.
De acordo com Edna Da Silva Amorim, moradora da Barra do São Lourenço, comunidade que foi assolada com a cheia de 2011, muitos moradores, apesar de as águas já terem baixado, ainda estão sofrendo com os impactos da cheia deste ano.
“Quando veio a cheia eu ainda ‘tava’ construindo minha casa, nem tinha terminado e veio a cheia e a gente teve que ficar aqui no ‘tablado’ e os outros foram lá para o aterro, agora eu  estou reconstruindo minha casa em uma região mais alta né?,” disse a moradora com receio de que sua casa seja invadida pelas águas novamente.
Os locais mais altos da comunidade são as melhores alternativas durante o período de enchente, o principal deles é o aterro do Socorro, um direito que só foi conquistado após 20 anos da expulsão da comunidade para a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
André Luiz Siqueira, Diretor Presidente da Ecoa, explica que o direito da comunidade de uso dessa região, foi graças a um processo para a identificação de terra da União em propriedade antes considerada privada, mas que através de um georreferenciamento de precisão, feito pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a pedido do Ministério Público Federal (MPF), concluiu-se que área em questão se trata de “ilha em faixa de fronteira”, o que, segundo a Constituição, é terra pública. 
“Com este reconhecimento a Associação da Comunidade recebeu um Termo de Autorização de Uso Sustentável Coletivo (TAUS Coletivo), que permite que os ribeirinhos usem – de modo consciente e de acordo com a legislação ambiental – os recursos naturais da área, conhecida pelos moradores como Aterro do Socorro, além é claro de poderem se se abrigar no local durante o período de cheia, esta é uma das maiores conquistas para aquelas populações,” ressalta André.
                                 Vazão lenta
Muito antes dos pesquisadores anunciarem a cheia extraordinária deste ano, ribeirinhos do Pantanal já sofriam com seu impacto
Para os pesquisadores e também para os ribeirinhos, está foi uma cheia muito diferente das que foram registradas em anos anteriores, além do alto nível dos rios em algumas regiões, a inundação da planície este ano surpreendeu também pelo tempo de duração.
De acordo com Vanessa Spacki, uma das pesquisadoras envolvidas no “Plano de Prevenção, Mitigação e Adaptação a Impactos de Eventos Climáticos Extremos no Pantanal”, está cheia chegou com atraso e teve a duração maior, ou seja, uma enchente lenta e longa.
“Durante a execução do projeto (Mapeamento de eventos climáticos extremos no Pantanal, análise de seus efeitos sobre populações vulneráveis, capacitação local e elaboração de propostas mitigatórias) pela Ecoa, realizamos um levantamento sobre as cheias dos últimos seis anos e em nenhuma região houve uma cheia desta proporção,” explica a pesquisadora, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável.
O Pantanal possui um sistema hidrológico complexo – regido por ciclos de enchentes, cheias vazantes e secas –, mas esta complexidade se agrava atualmente. De acordo com o registro dos níveis do Rio Paraguai e seus tributários, a planície continua inundada em um período em que a vazão já deveria ter ocorrido.
Segundo os dados do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, que acompanha o nível dos rios Paraguai e Cuiabá, no início de setembro a régua de Bela Vista do Norte – localizada no extremo norte de Mato Grosso do Sul, quase na divisa com Mato Grosso – registrou 4,86 metros contra 4,04 metros do mesmo período no ano de 2011.
Se analisado os dados do nível do pico da cheia do rio Paraguai na região – que ocorreu no dia 13 de junho –, quando foi registrado o nível de 6,30 metros e no dia 01 de setembro a altura da régua marcava 4,86, houve uma vazão de apenas 1,44 metros em 111 dias.
A lenta vazão se manifesta mais claramente na sub-região pantaneira do Nabileque que além do rio Paraguai, absorve também a água dos afluentes: Miranda, Aquidauana, Taquari, Negro e Abobral.
Porto Murtinho, distante 444 quilômetros de Campo Grande (MS), é a última cidade do Pantanal na porção brasileira e lá se encontra a última régua do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, onde o pico foi de 7,16 metros em 19 de junho no dia 24 de setembro, registrou a altura de 6,73 metros; uma vazão de apenas 0,43 centímetros.
Esta situação anormal preocupa moradores e pesquisadores, pois caso a água acumulada na planície se mantenha até o início do período de chuvas, que deve ocorrer a partir do próximo mês, esta situação será ainda mais alarmante.

quinta-feira, outubro 09, 2014

Nascente do rio Uberabinha tem água graças à área de preservação
7 de outubro de 2014 19:34
Segundo Antonius Van Ass., o trabalho de preservação da cabeceira do Uberabinha existe há muito tempo (Foto: Cleiton Borges.
Diferentemente do que aconteceu na nascente principal do rio São Francisco, na Serra da Canastra, que secou, a do rio Uberabinha, que fica em uma fazenda em Uberaba, a 75 km de Uberlândia, tem água e está com uma quantidade compatível com a distribuição de chuvas deste ano, segundo o diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cláudio di Mauro. Isso se deve ao aumento da Área de Preservação Permanente (APP) na propriedade rural, resultado de um acordo feito há nove anos entre o proprietário da fazenda, Antonius Van Ass, e o Ministério Público Estadual (MPE).

Em relação à quantidade de água da nascente, Di Mauro disse que a quantidade é baixa, está menor do que o ano passado, devido ao período de seca e à falta de cobertura vegetal. O especialista lembrou que, neste ano, a nascente está sendo abastecida apenas pelo lençol freático. “Muitas áreas não têm cobertura vegetal no entorno, por isso, não há infiltração e, consequentemente, não se tem tanta disponibilidade de água.”
Segundo Van Ass, o trabalho de preservação da cabeceira do Uberabinha existe há muito tempo e, há nove anos, um acordo com Ministério Público Estadual ampliou a área de preservação em 200%. “Eu plantava em 95% de toda área e hoje estou com 30% de área de preservação que é de 400 hectares, conforme o acordo”, afirmou.
De acordo com Cláudio di Mauro, o trabalho feito nessa propriedade deveria ser feito na nascente como um todo. “O exemplo do que está sendo feito aqui precisa ser expandido para outras áreas no entorno, nascentes dos afluentes e médio curso do rio Uberabinha, em que os proprietários não têm a mesma preocupação”, disse.
Covoais estão secos e vegetação ressecada
Embora a nascente do rio Uberabinha no município de Uberaba, que fica a 75 km de Uberlândia, esteja em uma situação razoável, os covoais estão secos. Os covoais são pequenos montes de terra na superfície do solo, uma espécie de caixa d’água que acondicionam a água e alimentam os lençóis freáticos dos rios Uberabinha e Claro, de acordo com o diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cláudio di Mauro.
A situação dos covoais, segundo Di Mauro, também se deve ao período de seca e à falta de cobertura vegetal. Em visita à região da nascente, o diretor mostrou alguns locais em que os covoais estavam secos e a vegetação ressecada. “A água da chuva é armazenada no solo subterrâneo e no solo de subsuperfície e estas áreas de armazenamento alimentam o lençol freático dos rios. Por esse motivo, todas as áreas de covoais precisam ser preservadas.” Di Mauro lembrou que algumas áreas de covoais são destruídas pelos agricultores para fazer plantio.
Extração de argila está suspensa há dois anos
Na fazenda do produtor rural Antonius Van Ass, onde fica a nascente do rio Uberabinha, a extração de argila refratária em uma área de covoais está suspensa há cerca de dois anos devido a um processo na justiça movido pelo produtor contra a Indústria Brasileira de Artigos Refratários (Ibar) pelo encerramento da atividade na propriedade.
Segundo o diretor do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cláudio di Mauro, para a argila ser extraída, é preciso remover parte da cobertura do solo e drenar a água. Ele disse que o problema ocorre na extração porque a drenagem da água abaixa o nível do lençol freático do rio. “Como agora a extração foi parada não está afetando a nascente dos rios Uberabinha e rio Claro”, afirmou.
Desde 2008, programa cercou 2 mil ha de APPs
A proteção e recuperação das nascentes do rio Uberabinha e ribeirão Bom Jardim têm sido uma das preocupações do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) que criou em 2008 o programa Buritis. De acordo com o órgão, desde a criação, o programa cercou mais de 2 mil hectares de APPs e fez o plantio de 140 mil mudas nativas do Cerrado, atendendo a um total de 120 pequenas e médias propriedades rurais.
Segundo o gerente ambiental do Dmae, Leocádio Pereira, os produtores rurais aderem de forma voluntária ao programa. “Entre as ações de proteção estão o cercamento de nascentes, a revegetação de áreas degradadas pela agricultura e pecuária e a construção de curvas de nível, terraços e barraginhas.”
Pereira disse ainda que está em andamento uma parceria com a prefeitura de Uberaba para a continuação das ações do programa junto às propriedades daquele município. O secretário de Meio Ambiente de Uberaba, Ricardo Lima, disse que a parceria vai somar esforços para ampliar as áreas de preservação e reduzir os problemas com a falta de água em períodos de estiagem prolongada.
Confira uma galeria de fotos da nascente do rio Uberabinha:

sexta-feira, setembro 26, 2014

Além de relembrar a infância, uma jabuticabeira pode indicar, nos frutos, a influência do clima na produção

Estagiária Gabriela Troian, sob a orientação de J.G. Alves
Basta uma única jabuticabeira e pronto: uma via para vários sentimentos está aberta. Essa árvore, geralmente cheia de “bolinhas escuras”, remete aos tempos da infância, das brincadeiras e do contato próximo à natureza, quando comer a fruta direto do pé era quase uma regra. Mas além do passado, uma jabuticabeira também é um indicativo climático futuro: a floração e a frutificação estão intimamente associadas ao regime das chuvas, que pode adiantar a produção e determinar se ela será farta (ou não). Menos água, frutas pequenas e em menor quantidade.
                                         Dona Maria de Souza: rega para florir
A aposentada Maria Floripes de Souza, 76 anos, possui três jabuticabeiras em sua chácara na cidade de Monte Mor (SP) e já sente os reflexos da falta de chuvas, que ainda não aconteceram no volume esperado. Para que os pés iniciem logo a florada, a aposentada rega-os diariamente. “Quando está muito seco tem que colocar água. Este ano começou a florescer no final de agosto, ficou a coisa mais linda! Depois de vinte dias, dá frutas e as árvores ficam lotadas de bichinhos”, observa.
“A jabuticaba é 100% um reflexo da natureza. A forma como o clima está se comportando refletirá no jeito em que a árvore irá se comportar”, afirma a agrônoma Susanna Von Büllow Uilson, que possui em sua fazenda (a Santa Maria, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, no interior de São Paulo) mais de 115 jabuticabeiras das espécies ponhema, jabará e paulista
                                     Jabuticabeiras da Fazenda Santa Maria
Diferentemente das jabuticabeiras de Maria de Souza, as de Susanna Uilson iniciaram a florada tardiamente, somente no mês de setembro, apesar de as árvores possuírem as mesmas características. E são dois os fatores que motivaram esta diferença: o primeiro está na altitude elevada, que reflete no ciclo; e o segundo, a falta de chuvas regulares. A seca atípica também refletiu numa florada menos intensa que em anos anteriores.
Segundo Suzanna Uilson, a falta de chuva é muito mais prejudicial à produção do que a falta de luz, por exemplo. “Esse ano a florada foi muito fraca, e é ela quem determina a produtividade. Por conta disso, já posso prever que a colheita não será tão promissora”, aponta a agrônoma.
                                                                Novos indivíduos
                                    Plantio por sementes: 15 anos para crescer
Susanna Uilson explica que há diversas formas se plantar uma muda de jabuticaba. As duas mais comuns são por borbulhias e por sementes. A primeira garante uma produtividade mais rápida, pois consiste em “clonar” outra árvore que já apresenta uma boa produção. De acordo com a agrônoma, em três a quatros anos a árvore começa a produzir. “Geneticamente falando ela (a árvore) é um clone da ‘mãe’. A jabuticabeira vai viver muitos anos, mas a produtividade dela será mais curta, pois ela já ‘nasce’ com a idade da árvore clonada”, explica Uilson.
Já pelo método de sementes, utilizado pela agrônoma em sua fazenda, a produtividade é mais lenta, pois um novo indivíduo está sendo formado. Para que a planta comece a produzir frutos, são necessários cerca de 15 anos desde o plantio.
Além disso, as jabuticabeiras são dependentes da polinização das abelhas para que novas árvores possam se desenvolver. “Logo após a florada, abelhas europeias (Apis mellifera) entram na flor através da parte feminina, colhem o mel e, no corpo delas, fica ‘grudado’ o pólen. A cada flor que as abelhas entram, um novo pé de jabuticaba irá nascer”, conta a agrônoma.
                                                                      Fruto rico
                                            Susanna Uilson: produção variada
A relação de uma jabuticabeira com a água não se restringe somente à produtividade. O tamanho dos frutos também está relacionado à abundância do recurso hídrico. Após anos de experiência com as árvores, Uilson conta que quanto mais abundantes são as chuvas maiores serão as jabuticabas. E, consequentemente, a falta ocasiona em frutos menores e mais doces, pela concentração de sólidos solúveis. “Épocas de grande seca o fruto é muito menor, cerca de 30%”, indica.
Quando o fruto começa a aparecer, de setembro a novembro, é inevitável não se lembrar das jabuticabas comidas no pé, nos licores caseiros e doces. Como diria Susanna Uilson, “jabuticabeira é coisa de avó”. Mas além do gosto de infância, a jabuticaba tem propriedades que fazem dela um alimento funcional. Ou seja, um alimento que traz benefícios ao organismo.
A partir disso, a agrônoma contribui com instituições de pesquisa, cedendo frutas e conhecimento. “Recentemente uma pesquisa da Unicamp apontou que a jabuticaba possui altos teores de antocianina, combatendo o câncer de próstata e o retardamento celular. Também auxílio a Embrapa para estudos futuros”, aponta a Uilson.
                                                                  Usos e visitas
Primeiras frutas começam a amadurecer
O primeiro deles foi a produção de um licor de jabuticaba totalmente sustentável. Ou seja, todos os resíduos da fabricação são reaproveitados, utilizados na compostagem, de forma a suprir as plantas com seus próprios nutrientes.
Além disso, Uilson abriu as porteiras da fazenda para o “Pague e Colha“, que acontece uma vez por ano, a cada produção. Durante cerca de 15 dias, as pessoas podem visitar os jabuticabais e comer a quantidade de frutos que quiser. Cada visitante paga um valor de entrada e pode ficar quanto tempo quiser. Caso deseje, ainda é possível, ao final do passeio, comprar jabuticabas. De acordo com a agrônoma, o preço varia de acordo com o tamanho das jabuticabas e só pode ser determinado quando os primeiros frutos começam a surgir.

Para agendar um horário de passeio no “Pague e Colha” basta enviar um e-mail para contato@fsantamaria.com.br ou reservas@restaurantedacapela.com.br.