Cientistas descobrem buraco maior que a Paraíba no gelo da Antártida DA BBC BRASIL 14/10/2017 09h16
A área onde fica a abertura, em uma imagem de de satélite da Nasa. O chamado Mar de Weddell, na região da Antártida, é considerado o
mais limpo do mundo por pesquisadores. Parte da área é ocupada por uma
plataforma de gelo, batizada de Filchner-Ronne (ou apenas Ronne), em homenagem
a dois exploradores.
A área congelada, de
442 mil quilômetros quadrados, permanece desta forma durante todo o ano. Ou
permanecia: cientistas identificaram um buraco maior que o Estado da Paraíba na
plataforma.
Esse tipo de
abertura no gelo antártico é conhecido como polynya. O buraco na plataforma
Filchner-Ronne foi descoberto em meados de setembro por pesquisadores que
monitoravam imagens de satélite do local.
Havia a suspeita de
que uma abertura deste tipo poderia se formar este ano, pois outra menor surgiu
na região no ano passado.
O tamanho da
abertura –que chegou a ter 60 mil quilômetros quadrados de área, no auge– faz
dela a maior polynya observada na região desde os anos 1970. É curioso ainda
que o buraco tenha surgido em pleno inverno –que lá dura seis meses por ano.
Ela foi descoberta
por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, e do projeto de
Observação e Modelos sobre o Clima e o Carbono nos Oceanos do Sul (Soccom, na
sigla em inglês).
Os pesquisadores
foram surpreendidos quando um robô flutuante emergiu na área e fez contato por
rádio com um satélite, alertando assim sobre a existência da abertura.
Camada de gelo no Mar de Weddell, considerado o mais limpo do mundo
AQUECIMENTO GLOBAL

AQUECIMENTO GLOBAL
Os dados coletados na polynya farão parte de um
estudo em preparação sobre esse tipo de buraco que eventualmente surge no gelo
da Antártida. Os cientistas não sabem ainda, por exemplo, se a abertura está
relacionada com o aquecimento global, e de que forma.
A profundidade do mar naquela região varia de 500 a
5.000 metros. E quanto mais profunda, mais morna e salgada é a água.
Esse buraco surge quando correntes oceânicas levam
a água relativamente mais morna para cima, derretendo a camada de gelo. Assim
que a água esfria, em contato com o ar, ela desce novamente –esse movimento
mantém a polynya aberta durante algum tempo.
Pesquisadores do projeto Soccom dizem que o desafio
agora é descobrir qual é o gatilho para a formação das aberturas –e porque uma
deste tamanho demorou mais de 40 anos para ser observada novamente. http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2017/10/1926927-cientistas-descobrem-buraco-maior-que-a-paraiba-no-gelo-da-antartida.shtml
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