sexta-feira, janeiro 18, 2013

 
 
/06/2012 17h22- Atualizado em 11/06/2012 17h35
Uberlândia terá mais uma fonte de abastecimento de água

Quando estiver em sua capacidade máxima, Capim Branco, Sucupira e Bom Jardim poderão atender uma população de três milhões de habitantes.

O prefeito Odelmo Leão anunciou nesta segunda-feira (11) mais uma fonte de captação de água para Uberlândia, desta vez na represa de Capim Branco 01. O projeto será implantado em três etapas, que, juntas, terão capacidade para produzir seis mil litros de água por segundo. Em 2060, quando Capim Branco estiver operando em sua capacidade máxima, juntamente com Bom Jardim e Sucupira, as três fontes poderão atender uma população de até três milhões de habitantes.
O Chefe do Executivo Municipal destacou que ao assumir a Prefeitura, em 2005, o fornecimento de água e a captação de esgoto de Uberlândia estavam comprometidos, mas não se comentava a urgência e a carência dos setores.

"Hoje, 11 de junho de 2012, está sendo entregue o projeto que vai garantir água em quantidade e qualidade para atender a nossa cidade por mais de 50 anos, um marco do planejamento e do trabalho no presente para garantir uma cidade melhor pra nossa gente, hoje e no futuro”, disse Odelmo Leão.

A primeira etapa do Projeto Capim Branco terá um investimento de R$ 200 milhões e está prevista para entrar em funcionamento até o final de 2016, quando os sistemas Bom Jardim e Sucupira estarão trabalhando no limite. A expectativa é executar a segunda etapa até 2032 e a terceira até 2060.

Em Capim Branco, cuja represa fica há cerca de vinte quilômetros de Uberlândia, a estrutura terá elevatórias, interligações com a infraestrutura existente, estação de tratamento e adutoras (tubulações), entre outros recursos. Para se chegar a esta decisão, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) contratou uma empresa de consultoria especializada em engenharia sanitária, a intenção foi realizar estudos de alternativas para ampliar o abastecimento futuro de Uberlândia.

A melhor alternativa técnica, financeira e ambiental apontada foi implantar mais um sistema de abastecimento, além de investir na eficiência máxima dos dois já existentes, através de setorização da distribuição de água. Com a setorização, Uberlândia terá 11 zonas de abastecimento, com medições por telecomando, para que as redes de distribuição de água tenham pressões regulares. A setorização representa o maior investimento do Dmae no combate às perdas de água.

"O Dmae é uma referência nacional e é de grande importância para toda a população de Uberlândia. O Consórcio Capim Branco de Energia se sente honrado em poder contribuir com este projeto, facilitando a tomada de água e melhorando sua viabilidade econômica”, declarou Luiz Fernando Vilela Rezende, gerente geral do Consórcio Capim Branco de Energia.

Hoje, Uberlândia conta com Bom Jardim, que oferece dois mil litros de água por segundo, e Sucupira, que está sendo ampliada de 1.400 para dois mil litros por segundo. A previsão é de que em Sucupira a conclusão seja até outubro deste ano.

"O Projeto Capim Branco está sendo muito bem avaliado e feito no momento certo, exatamente para que haja planejamento. Como é grande, precisa ser feito em etapas, sendo a primeira iniciada em 2013”, afirmou Epaminondas Honorato Mendes, diretor geral do Dmae.

Inúmeros investimentos no fornecimento de água e no tratamento de esgoto em Uberlândia

Entre os anos de 2005 e 2012 foram investidos cerca de R$ 200 milhões no sistema de captação e tratamento de água e de esgoto em Uberlândia, sendo que R$ 155 milhões são de recursos provenientes dos cofres municipais. Para se ter uma ideia, em 2005 a reserva de água tinha autonomia para 12 horas em casos de interrupção no fornecimento. Ao final de 2012 será de 17 horas.

ETA Sucupira

A Estação de Tratamento de Água (ETA) “Renato de Freitas” – Unidade Sucupira está sendo ampliada para elevar a sua produção de água potável dos atuais 1.400 litros por segundo para dois mil litros por segundo. A ampliação gera 42% a mais de água potável. Atualmente, a população atendida por Sucupira é de aproximadamente 310 mil habitantes e, com este investimento, será de 500 mil habitantes.

As obras iniciaram em 2010 e serão finalizadas até outubro de 2012, considerando o aproveitamento das instalações existentes e a construção de um reservatório com capacidade para 10 milhões de litros. Com o novo reservatório, Sucupira pode parar a produção, por algumas horas, sem causar falta de água nos domicílios. Os investimentos são de R$ 25 milhões na ampliação e mais R$ 6,5 milhões na construção do reservatório.

Mas os trabalhos começaram bem antes. Em junho de 2007, o prefeito Odelmo Leão inaugurou as primeiras obras de ampliação e reforma de Sucupira. Foram investidos R$ 1,4 milhões na construção de um prédio de apoio administrativo com guarita, refeitório, área de repouso e vestiários, além de um galpão para depósito de materiais hidráulicos e uma oficina.

ETA Bom Jardim

A Estação de Tratamento de Água (ETA) Bom Jardim responde por metade do abastecimento da cidade. Atualmente, o principal investimento, de R$ 8,5 milhões, visa dobrar a capacidade de reservação. Esta ampliação torna o abastecimento de água mais flexível, evitando irregularidades no fornecimento para a população.

A obra do novo reservatório de 10 milhões de litros começou em setembro de 2010 e está prevista para ser concluída em agosto próximo. O equipamento atenderá vários bairros e conduzirá água aos reservatórios do Centro, Luizote de Freitas, Canaã, Santo Inácio e São Jorge.

Centro de Reservação Custódio Pereira

O Centro de Reservação do Custódio Pereira é responsável pelo abastecimento de água do Distrito Industrial, entre outros setores da cidade. Por isso, o Dmae está investindo R$ 4,3 milhões na construção de dois reservatórios em estrutura metálica, de acordo com a padronização dos existentes. O investimento resulta no acréscimo de 10 milhões de litros no volume reservado. A obra foi iniciada em janeiro de 2010, com término previsto para agosto de 2012.

Centro de Reservação Centro

O Dmae está investindo R$ 4,9 milhões na construção de um novo reservatório no Centro para armazenar cinco milhões de litros de água. A obra foi iniciada em fevereiro de 2011 e, quando concluída (em agosto), terá o dobro da capacidade de reservação. A região diretamente beneficiada por este investimento inclui 21 hidrantes e os bairros Aparecida, Bandeirantes, Bom Jesus, Centro, Daniel Fonseca, Jardim Brasília (parte alta), Lídice, Maravilha, Maria Rezende, Martins, Pampulha, Presidente Roosevelt, Rezende de Junqueira, Saraiva, The Palms e Tabajaras.

Telemetria
O sistema implantado pelo Dmae aperfeiçoou medições de pressão, vazão e telecomando, conferindo mais confiabilidade aos serviços.


Cadastramento de redes 100% de dados sobre redes de esgoto, água tratada e drenagem estão validados e acessíveis online.

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Uberabinha Recebe 94% de esgoto da área urbana. Desde 2005 foram reformados oito reatores de tratamento de esgoto e construído mais quatro ampliando o atendimento.

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Marieza Funciona há dois anos e compreende 4570 metros de rede de esgoto.

Estação de tratamento de esgoto (ETE) Morumbi Beneficia 7,5 Imóveis da região do Bairro Morumbi.                                    

Emissário São Jorge até Rondon Pacheco já concluída, com 17 quilômetros.

 

quarta-feira, janeiro 16, 2013


31/12/2012 10h43- Atualizado em 02/01/2013 12h37

O prefeito Odelmo Leão, entregou à população serviços e obras que ampliam o sistema de abastecimento de água da cidade, operado pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Uberlândia passou a contar a partir desta segunda-feira (31) com equipamentos que garantem captação, reservação e tratamento de água potável de mais de 04 mil litros por segundo. Tudo isso permite uma distribuição capaz de atender uma população de 1,1 milhão de habitantes, além de preparar a cidade para a implantação do sistema de captação e tratamento de Capim Branco, que elevará o tratamento de água para 06 mil litros por segundo, podendo atender uma população de 03 milhões de habitantes. A solenidade foi realizada na Estação de Tratamento de Água (ETA) Sucupira.

Durante o evento, o prefeito Odelmo Leão se mostrou grato ao trabalho dos funcionários do Dmae e falou sobre a importância de aumentar o abastecimento de água. “Se não fosse Deus, os servidores do Dmae e a nossa população, nada disso seria possível. Estamos oferecendo o melhor atendimento possível às pessoas de Uberlândia no que se refere à água e ao esgoto. O grande desafio da humanidade nos próximos 20 anos chama-se água. Pensamos em uma cidade para aproximadamente três milhões de habitantes, já que o governante tem de governar para o povo, pensando no hoje e no amanhã”, disse o prefeito.

De acordo com o diretor-geral do Dmae, Epaminondas Honorato Mendes, as melhorias realizadas permitem um abastecimento mais eficiente, resultado de um planejamento sério e realizado com dedicação e responsabilidade pela administração municipal.

ETA Sucupira

A ampliação da Estação de Tratamento de Água (ETA) “Renato de Freitas” – Unidade Sucupira eleva a sua produção de água potável de 1.300 litros por segundo para 2.000 litros por segundo, mas sua capacidade máxima pode chegar a 2.400 litros por segundo. Com a ampliação, a reservação aumenta em 10 milhões de litros e gera 30% a mais de água potável, podendo alcançar até 42%. Com isso, a ETA pode parar a produção, por algumas horas, sem causar falta de água nos domicílios.

Em Sucupira, as obras iniciaram em 2010, considerando o aproveitamento das instalações existentes e a construção do reservatório. No total, foram investidos R$ 28 milhões na ampliação da ETA, mais R$ 6,5 milhões na construção do reservatório.

O novo reservatório proporciona benefícios como economia na produção e maior segurança no abastecimento, além de melhorar o tratamento da água, cujo ciclo completo consiste na purificação da água captada no rio Uberabinha, passando pelos processos de coagulação, floculação, decantação, filtração, fluoretação, cloração e ajuste do PH.

Mas os trabalhos na ETA Sucupira começaram bem antes. Em 2007 foram inauguradas as primeiras obras como o prédio de apoio administrativo, o refeitório, a área de repouso e os vestiários, além de um galpão para depósito de materiais hidráulicos e uma oficina.

Atualmente, a ETA Sucupira é responsável pelo abastecimento do setor industrial da cidade e da Ceasa, além dos bairros Aclimação, Alvorada, Brasil, Celebridade, Cruzeiro do Sul, Custódio Pereira, Dom Almir, Esperança, Gramado, Guarani, Ipanema, Joana D’arc., Lagoinha, Liberdade, Morumbi, Nossa Senhora das Graças, Pacaembu, Santa Mônica, Santa Rosa, Segismundo Pereira, Tibery, Tocantins e Umuarama, entre outros.

Central de Reservação Centro

No evento desta segunda-feira (31), o prefeito Odelmo Leão também entregou o novo reservatório do Dmae, localizado no centro da cidade, com capacidade para armazenar cinco milhões de litros de água. A obra foi iniciada em fevereiro de 2011 e agora a Central de Reservação Centro tem capacidade para reservar o dobro de água. A região diretamente beneficiada por este investimento inclui 21 hidrantes e bairros como Aparecida, Bandeirantes, Bom Jesus, Centro, Daniel Fonseca, Jardim Brasília (parte alta), Ledice, Maravilha, Maria Rezende, Martins, Pampulha, Presidente Roosevelt, Rezende de Junqueira, Saraiva, The Palms e Tabajaras.

ETA Bom Jardim

O Dmae iniciou também neste mês de dezembro, na Estação de Tratamento Bom Jardim, a operação de um novo reservatório de água com capacidade de armazenar 10 milhões de litros. A construção do reservatório começou em setembro de 2010 e foram investidos R$ 8,5 milhões. A ETA Bom Jardim responde por metade do abastecimento da cidade. O equipamento conduz água aos reservatórios do Centro, Luizote de Freitas, Canaã, Santo Inácio e São Jorge. Também são abastecidos pela ETA Bom Jardim bairros como Aparecida, Aurora, Bom Jesus, Canaã, Centro, Daniel Fonseca, Dona Zulmira, Guarani, Jardim Brasília, Jardim Célia, Jardim Patrícia, Luizote de Freitas, Mansour, Martins, Morada da Colina, Pampulha, Planalto, São Jorge, Saraiva, Tocantins, e Tubalina.

Central de Reservação Custódio Pereira

No mês de outubro deste ano foram entregues dois reservatórios de água localizados na Central de Reservação do bairro Custódio Pereira. Foram investidos R$ 4,3 milhões na construção dos equipamentos, que garantiram um acréscimo de 10 milhões de litros, ou seja, 58% a mais da capacidade do local. Com capacidade de 27 milhões de litros, o equipamento fornece água para os reservatórios do Distrito Industrial, do Marta Helena e do Centro. Pela sua localização, utiliza a gravidade para abastecer, o que reduz o custo de energia elétrica. Os bairros beneficiados pelos reservatórios do Custódio Pereira são Aclimação, Aeroporto, Brasil, Carajás, Custódio Pereira, Esperança, Industrial, Ipanema, Jardim Finotti, Lagoinha, Mansões Aeroporto, Progresso, Quintas do Bosque, Santa Mônica, Terra Nova, Tibery, Umuarama e Val Paraíso, entre outros.

Futuro garantido – Água para 03 milhões de habitantes

Em junho deste ano foi anunciado mais uma fonte de captação de água para Uberlândia, desta vez na represa de Capim Branco 01. O projeto será implantado em três etapas, que, juntas, terão capacidade para produzir seis mil litros de água por segundo. Em 2060, quando Capim Branco estiver operando em sua capacidade máxima, juntamente com Bom Jardim e Sucupira, as três fontes poderão atender uma população de até três milhões de habitantes. A primeira etapa está prevista para entrar em funcionamento até o final de 2016. A expectativa é executar a segunda etapa até 2032 e a terceira até 2060.

“O projeto garantirá água em quantidade e qualidade para atender a nossa cidade por mais de 50 anos, um marco do planejamento e do trabalho no presente para garantir uma cidade melhor pra nossa gente, hoje e no futuro”, afirmou o prefeito Odelmo Leão.

Para se chegar a esta decisão, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) contratou uma empresa de consultoria especializada em engenharia sanitária, a intenção foi realizar estudos de alternativas para ampliar o abastecimento futuro de Uberlândia. A melhor alternativa técnica, financeira e ambiental apontada foi implantar mais um sistema de abastecimento, além de investir na eficiência máxima dos dois já existentes, através de setorização da distribuição de água. Com a setorização, Uberlândia terá 11 zonas de abastecimento, com medições por telecomando, para que as redes de distribuição de água tenham pressões regulares. A setorização representa o maior investimento do Dmae no combate às perdas de água.

Em Capim Branco, cuja represa fica há cerca de vinte quilômetros de Uberlândia, a estrutura terá elevatórias, interligações com a infraestrutura existente, estação de tratamento e adutoras (tubulações), entre outros recursos.

sexta-feira, janeiro 11, 2013


Água, fonte inesgotável?

Estamos próximos de uma crise. A Organização Mundial da Saúde afirma que são necessários  110 litros de Água potável por dia para cada humano. O Word Walter Council já aponta regiões cri­ticas, como os africanos na região subsaariana, onde a media diária de consumo de Água por pessoa é de 10 a 20 litros.
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Por Vitor Luciano Diniz
 
A Quem vai a cidade de Uberlândia, no Triangulo Mineiro, é convidado por seus anfitriões a visitar a Cachoeira de Sucupira, situados a 17 km do centro. Um ambiente de descanso e diversão nas tardes dos finais de semana para as famílias da cidade. Indo ate o final da movimentada Avenida João Naves de Ávila, entramos em uma estrada de terra que fica ao lado de uma grande empresa, então passamos perto de uma carvoeira e seguimos ate a estação de coleta e tratamento Renato Freitas, mantida pela empresa DMAE, responsável pela distribuição de água na região. A diante, notamos uma estrutura de represamento que modificou o leito do rio Uberabinha, construída para agilizar a captação, impactando o fluxo de Água que segue ate desabar por um abismo rochoso. No caminho, uma porteira indica a presença da Fazenda da Sucupira, que é uma Área de 41,6 hectares no entorno da cachoeira, recentemente transformada em Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN). Continuamos por uma ladeira envolta pela mata do cerrado, invadida por espécies exóticas de eucaliptos, os quais predominam no local, e chegamos a incrível queda da Água. Em duas paredes de basalto, com altura de 15 metros, escoa um véu cristalino, sem poluição, que desce ate formar uma grande piscina natural, depois as águas voltam a correr calmamente formando o leito do rio, onde alguns jovens nadam. Nas margens, outras pessoas curtem a tranquilidade do local, sentadas na grama verde. A estrutura interessante do lugar faz um convite à reflexão sobre o futuro da água no planeta. A captação e purificação remetem a administração dos recursos hídricos; a fazenda (RPPN) nos faz pensar sobre a preservação. As pessoas nesse local nos lembram da importância da água para sobrevivência, e o rio descendo ate a cidade, onde recebe esgoto e a sujeira que escorre das ruas, tornando-a imprópria para consumo, mostra que temos um grande trabalho de preservação e prática de sustentabilidade pela frente.
                                                             Imagem do site da prefeitura de Uberlândia (www.uberlandia.mg.gov.br)
 Área preservada da Cachoeira de Sucupira. A estimativa que cada ano a população aumente 83 milhões de pessoas, o que deixara¡ 1,8 bilhão de humanos em regiões de escassez de água dentro de 15 anos.
Os primeiros astronautas que observaram a terra do espaço disseram que nosso planeta é azul. Uma riqueza hídrica incalculável, sendo que menos de 1% estão disponíveis para consumo humano. Alem disso, o regime de chuvas que varia entre as áreas, as diferenças climáticas e a distribuição não homogênea da população nos continentes, agrava a situação de acesso a água potável. Dados do relatório sobre Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2006 mostram que 2 bilhões de pessoas estariam sofrendo com a falta de água, que 2,6 bilhões não dispõe de saneamento básico e 1,8 milhão de crianças morreriam anualmente devido doenças adquiridas pelo uso de água contaminada. A situação se agrava em países subdesenvolvidos. Neles a rápida industrialização e o crescimento acelerado da população acontecem sem o acompanhamento de um planejamento de distribuição e de tratamento da água. Esse crescimento provocou o aumento do consumo global de água de 1.060 km para 4.130 km nos últimos 50 anos. São muitos os jovens que se divertem na sonora cachoeira. Eles são os cidadãos que receberão da geração atual a herança hídrica que estamos construindo agora. Uma garota morena, aparentando ter treze anos, esta sentada sobre uma grande pedra perto da margem. Aproximo e pergunto seu nome. Conversando com Roberta descubro que as escolas locais atuam constantemente na conscientização sobre a importância da água e seu consumo inteligente. Contudo, quando questionada se o que aprende é executado pela sociedade, ela diz que a abundante disponibilização de água na região faz com que algumas pessoas da comunidade não se importem com a economia e a preservação. No Brasil, o consumo caseiro de água esta acima do mundial. De acordo com o Almanaque do ISA, enquanto o uso domestica mundial representa 10%, o uso no Brasil atinge o nível de 27%. Uma torneira pingando pode desperdiçar ate 80 litros de água por dia. As principais ações publicitárias visam conscientizar sobre a economia nesse tipo de gasto. Entretanto, a irrigação apresenta o maior índice de desperdício. Nas sociedades modernas, 69% do uso da água são destinados para atividades agrícolas. Disso, de 15% a 50% utilizado não atingem as plantações, sendo perdido pela evaporação e pela infiltração no solo. Relacionando esses dados com a realidade futura surge outra preocupação: os rios próximos às plantações costumam ser vi­timas dos Pops (poluentes permanentes). Tais poluentes são oriundos de agrotóxicos e fazem com que a água se torne cancerígena. A água é um recurso renovável. Contudo, sua quantidade é limitada e por isso a preocupação com a economia é colocada em primeira estância. Roberta é um exemplo de que a sociedade passa por constantes atividades de conscientização. Entretanto, os resultados significativos acontecem quando as empresas se preocupam e assumem iniciativas de mudanças. A partir da estação de captação e tratamento Renato Freitas, as águas do rio Uberabinha recebem gerenciamento da concessionária DMAE. Durante muitos anos, ela conduziu o esgoto da cidade para o rio. Mas a população, prejudicada por ter a cidade cortada por um rio poluído e fétido, acabou influenciando a empresa, com a ajuda de políticos, a adotar uma postura social responsável. Um projeto de despoluição foi desenvolvido e concluído em dezembro de 2003. A estação de tratamento de Esgoto Uberabinha começou a purificar 100% do esgoto domestico da cidade, que constou em 2009 com uma população de 634.345 habitantes segundo o IBGE. A estrutura realizada para a conclusão de tal feito foi grandiosa. Foram construídos 34 km de interceptores que recolhem a poluição que seria lançada em vários córregos da cidade. Esses interceptores levam a sujeira para um emissário de 6 km instalado as margens do rio Uberabinha. Esse emissário segue de um famoso clube da cidade ate a cachoeira dos Dias, onde foi construída a ETE Uberabinha, que constitui a etapa final do processo. A empresa Uberlândia Refrescos é outro exemplo na região. Ela é certificada com o ISSO 14001 (meio ambiente), com todo o efluente gerado na fabrica tratado por uma estação própria.
                                                                      Imagem ESTADO NOBEL
Maria Helena lava a louça graças a rede de água tratada que recebe em casa. Próximo da cachoeira, há uma estação de captação e tratamento de água que abastece a cidade de Uberlândia. Em todo planeta, 46% das pessoas não tem acesso a água encanada.
Os jovens inquietos, ora descansavam sobre as pedras, ora as escalavam e se lançavam em perigosos mergulhos na Cachoeira de Sucupira. Uma senhora simpática os acompanhava. Entrei na água gelada da cachoeira, o solo pedregoso causava uma sensação de massagem dolorida nos meus pés. Esquecida dor e me aproximei dela. Seu nome era Marta. Perguntei o que achava da qualidade da água do rio. Ela disse que apesar do DMAE ter realizado um grande trabalho de despoluição, ela ainda não tinha confiança em nadar na parte que percorre o perímetro urbano. Muitos córregos que deságuam no Uberabinha ainda estas poluídas, eles recebem água que escorre da rua, lixo atirado por moradores ou da canalização de esgotos ilegais. E também fala que certas empresas não respeitam o rio, lançando grande quantidade de sujeira. Essa denuncia serve de ilustração, mostrando as varias ameaças às fontes de água. Marta esta certa em não confiar nas águas do rio. Para se ter ideia, a Cachoeira dos Dias fica próxima a uma usina de triagem e compostagem de lixo. Uma significante ameaça a qualidade da água. Apesar de pontos negativos, a cidade é considerada como modelo a ser seguido dentro da realidade da crise da água. De acordo com Adolpho Jose Melfi, professor titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo (USP), a crise é atribuída a dois fatores interligados, a escassez e a gestão dos recursos hídricos. O Banco Mundial divulgou o relatório Gerenciamento de Recursos Hídricos, que aconselha os países em desenvolvimento a praticar políticas integradas, considerando fatores inter setoriais do uso das águas, pois ela poderá ser alvo de guerras, assim como acontece atualmente com o petróleo. Essa discussão ficou acirrada quando em outubro de 2008 a UNESCO divulgou a localização de 273 aquíferos sobfronteiras internacionais. Uma brisa fria seca o nosso corpo e as altas arvores da densa mata ciliar, balançam suas copas lançando uma sombra movimentada sobre a calma correnteza cachoeira. As pessoas estão ali em um momento de descanso. Contudo, inúmeros cientistas trabalham arduamente em busca de soluções para Crise da água. A todo o momento a ciência apresenta projetos. Adolpho Jose Melfi cita em entrevista ao site Inovação Tecnológica (www.inovacaotecnologica.com.br) as principais pesquisas em desenvolvimento: "Tecnologia de membranas filtrantes nas estações de tratamento de água e de esgoto"; "Alternativas de tratamento, disposição e utilização de lodo de estações de tratamento de água e estações de tratamento de esgotos"; "Novas tecnologias para implantação, operação e manutenção de sistemas de distribuição de água e coleta de esgoto"; "Novas tecnologias para melhorias dos processos de operações unitárias"; "Monitoramento da qualidade da água"; "Eficiência energética"; e "Economia do saneamento". Para que essas inovações cheguem a população, principalmente nos lugares mais afetados, movimentos políticos e sociais devem acontecer. Trata-se ultrapassar a conscientização e seguir com luta ativa e coletiva da preservação de um bem comum. A falta de água potável em muitas regiões deve soar como um grande sinal de alerta. Ignorar esse aviso é amaldiçoar o futuro. As pessoas nessa cachoeira se estão tranquilas, porque ela ainda esta ali.